quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

Resultado do Pós-doc

Nem percebi que não postei sobre a aplicação e o resultado do processo seletivo.
Então...
Depois de escrever o meu projeto e pedir para uma pessoa revisar, enviei para o professor para que ele pudesse dar uma olhada e ver se estava clara a minha proposta e se o plano de trabalho estava bom. Ele só elogiou e disse que eu não precisava mudar nada. Que bom! Fiquei super entusiasmada, pois no fundo eu sabia que poderia ter apresentado um projeto com uma escrita menos pragmática e mais voltada para a "academia brasileira", mas se o professor disse que estava bom, eu acreditei.
Quando saiu o resultado, eu fiquei em choque: não pelo fato de não ter passado, mas pelo fato de entre os cinco que estavam concorrendo, minha pontuação foi a pior e muito discrepante do resto - a maioria tirou entre 8,5 - 9 e eu fiquei com 7.
O problema não foi ter ficado com o 7, mas os elogios que o professor me deu não foram elogios 7, mas pelo menos entre 8 e 9. Questionei o professor se ele poderia me dar algum tipo de feedback, já que eu não estava entendendo a divergência entre o feedback dele e da banca. Ele me justificou que, segundo a banca, meu projeto "não estava claro" e eu "propunha coisas irreais".
Dei um passo para trás, e fui reparar quem era a banca. Daí eu entendi. A banca era composta por professores da pós-graduação que estão aposentados ou em vias de se aposentar e são considerados os dinossauros da universidade. Com certeza meu projeto era confuso porque eles não entendem sobre o que eu estava falando. Eles não entendem de "assemblage" ou Deleuze e Guattari. Eles fazem parte daquela galera que só olha o "locus da enunciação" e estão interessados em perpetuar suas áreas da Língua Portuguesa e da Linguística tradicional.
Sobre as "coisas irreais", eu propunha workshops em que teria como convidados membros do Ministério da Educação da Tanzânia, das Maldivas e professores universitários do Reino Unido e do Vietnã. Provavelmente, os dinossauros não viram o meu currículo internacional. Os meus convidados participariam via skype e todos eles foram meus colegas no Departamento de Educação e Justiça Social da Universidade de Birmingham. Parece irreal conhecer pessoas de outros países e elas estarem dispostas a participarem? Por que soa irreal que eu conheço essas pessoas?
É por conta desse pensamento pequeno que a pesquisa brasileira não vai para a frente, sobretudo em áreas como a Educação.
Agora estou revendo e pensando duas vezes se realmente vou levar para frente esse projeto...
Quem sabe agora em 2020 eu reveja.

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