sexta-feira, 29 de maio de 2015

Professores

Esse é um assunto delicado. Como em qualquer situação que envolva relações de poder e que, provavelmente você não está em uma posição privilegiada. Dependendo do programa de pós-graduação que você faz parte, é necessário cursar algumas disciplinas. Essas disciplinas possuem instrumentos de avaliação para medir se você teve um bom aproveitamento. Então... A discussão sobre a validade, eficiência e formas de elaboração de instrumentos de avaliação é ampla e não é recente. Discute-se muito o que medir, como medir e se medir é a ação adequada. Independente da discussão, você terá que escrever um monografia, um paper, um assignment, participar de uma apresentação. Seja lá o que for, você vai ter que fazer alguma coisa para ser avaliado por alguém. E aí está a questão. Por mais discussão que haja e por maiores que sejam os avanços que a pedagogia tenha tido, o professor ainda continua sendo "o dono da caneta". Não adianta vocâ achar que pelo fato de estar fazendo doutorado e entender um pouquinho de teoria, que você terá voz de argumentação. Infelizmente, há muitos professores "old school" que não atribuem boas notas aos alunos porque "só Deus merece um 10". Não dá para discutir com esse tipo de professor porque ele não gosta de reconhecer que talvez tenha estacionado na carreira e talvez seus alunos entendam o suficiente de teoria para debater de igual para igual. Tem professor que, mesmo estando errado, gosta de discordar de aluno para sempre "estar certo". É justo? Não. Vale a pena comprar briga? Depende. Você vai querer se indispor com esse professor e com os colegas dele? Como você vai querer ficar conhecido na instituição? Há várias situações para se pesar e acho triste fazer um trabalho "somente para passar". Mas se o professor é um desses, deixa pra lá. Não perca tempo da sua pesquisa se indispondo. Afinal, o tempo vai mostrar o valor de cada um. E as oportunidades de emprego também.

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Projetos Paralelos

Sou uma aluna Full-time no programa de doutorado. No entanto, oficialmente no meu visto eu posso trabalhar 20 horas semanais com outras coisas, com exceção do período de férias que poderia trabalhar um pouco mais. A universidade estimula os alunos a trabalharem e oferece várias oportunidades de empregos temporários dentro dela. Nessas vagas é possível trabalhar nos cafés, como também ajudar em pesquisas acadêmicas. Às vezes essas vagas aparecem com os nossos próprios orientadores, que por confiarem no nosso trabalho nos propõem esse tipo de tarefa. O que nós precisamos ter claro é o quanto isso vai afetar o rendimento do nosso trabalho. Nós temos boa vontade e capacidade de fazer, mas se você achar que primeiro - não vai contribuir com o seu conhecimento/currículo; e, segundo - ainda vai atrasar a sua vida, deixa pra lá. Não vale a pena parar a sua pesquisa para fazer algo que seu orientador precisa que alguém faça. Tudo bem que às vezes o dinheiro (porque chega dessa história de fazer as coisas de graça) é muito bem vindo, e ainda por cima a gente ganha uns pontos com o orientador. Mas de verdade mesmo, avalie o tempo que a tarefa vai demandar e o quanto você vai receber, porque muitas vezes o custo/malefício (só vai azarar sua pesquisa) não vale a pena.

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Endnote

No último post eu falei sobre a organização e a produção das referências. O Endnote é um programa que auxilia e muito nessa tarefa. A primeira coisa que você precisa saber é para quê e como ele funciona. Primeiro ele organiza as suas bibliotecas de pesquisa. A produção de artigos científicos em humanas é menor em relação à exatas. Isso é fato. Então a quantidade de dados que você vai ter que lidar é, de uma certa forma, menor do que esse pessoal que está muito mais acostumado a lidar com grande quantidade de dados. O Endnote organisa a pesquisa bibliográfica que você faz em base de dados como o Scielo ou o Web of Science. Se você efetua uma pesquisa e o resultado dá 1000 artigos, você consegue organisar, inserir informação, localizar e baixar os artigos que estão disponíveis na web pelo Endnote. Nessa lista de 1000 artigos você consegue o acesso aos abstracts, que você pode ler e vir 'limpando' aqueles que não te interessa. Ele também identifica os artigos duplicados e os exclui para diminuir a lista. Se você está filiado a uma biblioteca de alguma universidade, provavelmente você tem acesso às publicações que a sua uni assina. Isso te dá acesso a alguns artigos pagos, que normalmente 'pessoas comuns' não têm. O Endnote reconhece essa assinatura e localiza os artigos pagos e os baixa por conta da sua conexão. É muito legal e prático e ajuda a manter o pesquisador atualizado sobre o que está sendo pesquisado/publicado pelo mundo. Há outros programas que fazem isso. Mendeley e Zotero são algumas opções que me indicaram, mas eu nunca usei e não sei como funcionam. E continuando o papo das referências, você consegue com apenas 'um click' criar a lista de referências que precisa. Ele já tem formatação Harvard e ABNT prontas, é só indicar. Ele trabalha integrado com o Word, então você consegue criar, aliás ele cria sozinho, a sua lista de referências no final do texto enquanto você vai escrevendo. Existem tutorias na internet que te mostram como usar. Não é difícil, mas demanda um tempinho e prática. O que vale é tentar e brincar um pouco. Depois que você se acostuma, vira prática e ferramenta indispensável.

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Referências

Esse é um assunto complicado que ainda não sei como as pessoas se enroscam nisso. Uma das primeiras coisas que ouvi quando entrei na pós foi 'Construa a sua lista de referências enquanto estiver escrevendo' e também 'Nunca deixe para o final'. Então, eu achava que ficar repetindo isso era a maior besteira do mundo e que era ÓBVIO que ninguém mais deixava para o final. Pois é, ledo engano. Aqui em Birmingham tem muito brasileiro que não faz/atualiza as referências quando está escrevendo e deixa para o final. A lista de referências é algo que toma tempo e precisa de checagem minuciosa, porque os detalhes que ela possui demanda um olhar bem cuidadoso e depois de duas horas fazendo isso, voce não enxerga mais nada. Resumindo: FAÇA A LISTA DE REFERÊNCIAS ENQUANTO ESTIVER ESCREVENDO! Não tem segredo. Abra o arquivo e no momento em que você for fazendo as citações e for lembrando os temas que esta abordando, você já vai acrescentando os nomes. Eu sempre fiz resumos dos livros que eu lia e sempre fiz lista de artigos que achava interessante, então sempre tinha um arquivo base em que eu ja tinha pronta essas referências. Era só copiar e colar. Se fosse necessário ajustar alguma coisa por conta de padrão de revista científica, era só um ajuste pequeno. Não precisava escrever tudo de novo. E além de tudo, fazer isso de uma vez é muito chato. Fazer aos poucos você não vê o negocio andar e quando terminar de escrever você também terá suas referências prontas. Mas para quem quer 'profissionalizar' as referências nós temos softwares como o Endnote...

terça-feira, 5 de maio de 2015

Orientadores

Tenho percebido que esse é um assunto delicado.
O número de alunos que reclamam de seus orientadores não é pequeno. Isso que faz pensar porquê.
Nunca tive problema com as minhas. Sorte? Maybe. Mas tentei olhar o meu caso e o caso das pessoas que têm reclamado.

Olhando o mestrado...
Construi uma relação com a minha orientadora por anos. Passei dois anos assistindo aulas dela na pós como 'ouvinte' e como aluna 'especial'. Usei esse tempo para conhecer a forma como ela trabalha, o foco de pesquisa e o perfil dos alunos que eram os orientandos dela. Foram mais quatro anos para elaborar o meu projeto de pesquisa e se aplicar no processo de seleção que, by the way, não era nada fácil para uma pessoa que se formou em outra universidade. Minha orientação foi muito tranquila e eu nunca tive melindre nos momentos em que ela me disse que eu precisava 'cortar' ou 'rescrever' alguma coisa. Nosso relacionamento pessoal é ótimo. Fizemos reuniões na casa dela quando as greves aconteciam ou quando a urgência das correções era grande. Ela me apoiou e me ouviu nos meus momentos pessoais delicados e escreveu a minha carta de recomendação para Birmingham.

Olhando o doutorado...
O processo do doutorado foi muito rápido, então não tive tempo de pensar muito e nem de construir uma relação, uma vez que eu tinha uma semana para achar uma pessoa. Por conta do tema da minha pesquisa eu tinha quatro áreas em que eu poderia me aplicar: Línguas, Educação, Mídias Digitais ou Filosofia. O International Office da Universidade de indicou uma pessoa em Línguas que lidava com Tecnologia. Conversei com ela após ela ler o meu projeto. Ela me disse que não tinha a menor ideia de quem era o Foucault. Isso me preocupou e me fez pesar se era mais importante eu ter alguém com experiência em línguas e tecnologia ou em filosofia. Troquei o meu approach. Vi que a minha maior dificuldade era o Foucault e que precisava de alguém para que ajudar nisso. O pessoal da linguística não está muito acostumado a lidar com o Foucault, então fui para a Educação e achei a minha 'lovely' supervisor. Ela é expert nele e nos estudos relacionados à area que eu precisava avançar. Conversamos uma vez por skype, mas ao encontrar com ela em pessoa a 'química rolou'.

Em ambos os casos eu não podia estar melhor amparada.
Ouvi de pessoas que vieram para cá que a universidade 'escolheu' o orientador. Mas como o pessoal da administração vai saber quem é a melhor pessoa para a sua pesquisa?
Acho que você precisa saber quem a pessoa é, os pontos fortes e deficitários da pesquisa dela, como ela poderá contribuir para o seu estudo. Serão no mínimo três e não tem nada pior do que um namoro 'crap' que você não consegue sair. Dar uma olhada nas publicações e periodicidade para ver o quanto a pessoa está envolvida com pesquisa. Ver qual é a atuação dela na universidade e principalmente se ela não vai se aposentar!!! Vários alunos foram largados, porque o professor ou mudou de universidade por conta de uma proposta melhor ou porque foi curtir a vida. Conversar com ex-orientandos? Talvez.

Mas uma coisa eu tenho certeza, esse negócio de começar uma relação 'no escuro' é muito arriscada!