terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Epistemologia e Ontologia 2

Escrevi o post anterior antes de refletir sobre a implicação desses conceitos na minha própria pesquisa.
Antes de mais nada, esses conceitos estão baseados na filosofia ocidental, moderna. As próprias bases do pósmodernismo questiona um pouco essas ideias por conta da deconstrução de Derrida. No entanto, me parece que os estudiosos que lidam com pesquisa em Ciências Sociais querem "encaixar" e rotular o que é desenvolvido como pesquisa em classificações pré-estabelecidas.
Se uma pesquisa é desenvolvida, ela "deve" ser identificada com o paradigma quantitativo ou qualitativo. Os métodos devem estar de acordo com esses paradigmas, ou seja, se eu quiser "medir" algo, preciso usar estatística e logo sou adepta do positivismo.
Isso soa mais como uma briga entre duas religiões rivais, cujo caminho levará a uma "verdade" absoluta, que no fim dá no mesmo caminho.
Pensando na minha pesquisa, cuja base teórica está no trabalho filosófico de Gilles Deleuze e Félix Guattari, nenhum desses conceitos se aplica.
D & G argumentam contra entres constructos da modernidade e que o pósmodernismo tenta ir contra, apenas reforçando-os.
Eles acreditam em uma perspectiva esquizofrênica que saia dos parâmetros construídos a fim de entender e encaixar/classificar os padrões sociais humanos da sociedade ocidental.
Esses padrões são tranquilizantes porque são parâmetros para se trabalhar, dando um direcionamento que o ser humano gosta e "teoricamente" precisa.
Na verdade, é como se as Ciências Sociais estivessem sendo chamadas para se reconstruir em cima de uma nova perspectiva que ninguém sabe ao certo o que fazer, mas que a "velha guarda" está tentando enquadrar naquilo que eles sabem fazer.