quarta-feira, 29 de julho de 2015

Secondary Data Analysis x Document Analysis

Alguns termos em Inglês causam confusão no pesquisador quando ele está desenvolvendo sua pesquisa no que concerne às origem das fontes (primária e secundária) e a origem dos dados (primários e secondários). Sempre partimos da relação do pesquisador com o elemento de referência. Se você está usando um conceito, tirando ele de um artigo ou livro em que ele é usado pela primeira vez, isso implica que você está retirando esse termo da fonte 'primária', ou seja, voce vai citar o autor da obra em que ele cunhou o termo. Se você for citar um livro/artigo que nao é a fonte de origem, mas cita a fonte de origem, ele será a fonte secunária, mas conhecido como apud. Porém, quando você lida com dados, é necessário tomar cuidado. Quando você coleta os dados em uma entrevista ou questionário e os têm brutos, eles são a sua fonte primária de informação. Voce irá lê-los, analisá-los, interpretá-los para chegar nos resultados. O trabalho de coleta foi seu. Quando você usa dados que outra pessoa/órgão coletou, por exemplo o IBGE, o trabalho bruto e os dados brutos são do IBGE, nào seus, você estará desenvolvendo Secondary Data Analysis. Não há problema nenhum nisso. Você estará não somente reavaliando os dados do órgão, mas processando-os. Esse é um detalhe fundamental, porque realizar Secondary Data Analysis implica em você pegar os dados numéricos brutos e reprocessar tudo, usando softwares de estatística e dai chegar em um resultado. Você não irá realizar a análise da análise feita pelo IBGE, ou qualquer outro órgão. Quando você analisa o que ja foi feito por outro órgão, por exemplo se você analisar o Censo, isso quer dizer que você não está processando os dados novamente, mas sim examinando os resultados, que já foram apresentados em um documento. Então você estará fazendo Document Analysis, que é algo também válido. Não há problema nenhum em optar por Secondary Data Analysis ou Document Analysis. O que deve estar claro para o pesquisador são os procedimentos e implicações de cada tipo de pesquisa.

domingo, 12 de julho de 2015

Renovação de Bolsa - tempo extra

Acho que vale a pena comentar um dos assuntos mais discutidos entre os pesquisadores que estão aqui comigo em Bham. A maioria veio para cá com um contrato de três anos de bolsa para realizar o doutorado pleno. Alguns, que são da área de exatas e biológicas perceberam que precisariam de um quarto ano para concluírem seus estudos. A maioria percebeu isso entre o segundo e o terceiro ano e outros perceberam no terceiro ano. Alguns solicitaram a prorrogação da bolsa para o 4o ano na renovação do 2o para o 3o ano. Outros solicitaram isso ao final do terceiro, quando deveriam estar submetendo suas teses. Alguns conseguiram a extensão da bolsa. Outros só a renovação, mas 'sem ônus' para a agência de fomento. Não sei quem fez certo ou errado. Minha área é humanas e não dependo de laboratório/experimentos para desenvolver o meu estudo. Meus dados são coletados por entrevistas, observações e análise de documentos, que, por sua vez, podem comprometer o desenvolvimento da minha pesquisa se eu não me programar adequadamente. Não sei qual foi o problema. Não vou precisar do 4o ano. O que sei é que tenho três planos diferentes do que fazer no 3o ano e como concluir os meus estudos. Desde uma perspectiva pessimista a uma otimista. O que eu percebo é que as pessoas contaram como certo algo que não estava oficialmente previsto e não se planejaram para a pior perspectiva. Há várias interpretações diferentes sobre esse problema e muitas opiniões inflamadas. Agora não adianta mais. É necessário trabalhar em cima do cronograma real e ver o que dá para ser feito. Afinal, pesquisa acadêmica tem cronograma e ele deve ser seguido. E eu estou seguindo o meu.

terça-feira, 7 de julho de 2015

Avaliação de meio de período

Estou no meio do meu período de coleta de dados. Tenho um cronograma que estou seguindo. Da forma como eu planejei? Não, mas está acontecendo, aos trancos e barrancos. Ontem fiz um levantamento de tudo que eu já fiz e o que falta fazer. Não parece, mas fiz bastante coisa. Tenho a impressão de que não fiz nada, mas fiz essa lista para mostrar a mim mesma o que já consegui. Desenvolver pesquisa é assim mesmo. Às vezes você tem a impressão de que já progrediu muito, mas não saiu do lugar. Às vezes você acha que não saiu do lugar e já fez muita coisa. A questão é ter claro o que você quer e o que você precisa para manter o seu trabalho andando e não deixar que esses altos e baixos não afetem o seu humor e o seu rendimento. O mal humor e o desânimo fazem parte da rotina de pesquisa e são momentos em que você deve repensar o que está fazendo e o que precisa fazer. Dar aquela organizada no calendário, fazer uma limpeza nos papeis, devolver os livros que você definitivamente não vai ler e ser pragmático. Na metade do caminho você sabe bem o que vai fazer e o que precisa fazer.