terça-feira, 4 de outubro de 2016

Supervisors...

Quando é o momento de ir contra o orientador? Até que ponto ele sabe realmente o que está fazendo ou está divagando... A relação com os orientadores é complexa e dessa complexidade deve sair uma produção acadêmica. Porém, a forma como esse produto sairá envolve relações que são acima de tudo políticas. A relação com os orientadores deve ser boa: amigável a baseada na confiança. O orientador é uma pessoa com mais experiência, que conhece o processo intelectual e burocrático e está ali para ajudar. Mas até que ponto essa confiança não se torna submissão e o orientando passa a não ter coragem de falar não e impor sua voz. Existem orientadores com diferentes modelos e costumes de trabalho e às vezes, a forma como eles trabalham não é a mesma que a sua. Até que ponto isso se torna um problema? Infelizmente, isso depende do orientando, até que ponto nós deixamos a forma diferente deles agirem e trabalharem dificultarem o nosso trabalho? O que me preocupa é até que ponto o orientando é teimoso e não aceita as orientações de trabalho por conta dessa diferença de visão do processo de produção. Cada um produz de uma forma e se o orientando produz de uma determinada forma, não seria mais adequado o orientador se adaptar à forma do orientando? Isso resultaria em um embate de relações de poder? Acredito que sim e eu não tenho a menor ideia do que seria o mais adequado. O que tenho experienciado com outros pesquisadores (orientandos e orientadores) é a briga de egos, a teimosia e a falta de compreensão por conta da falta de comunicação. Por disso eu gravo em audio todas as nossas reuniões porque muitas vezes eu não entendo completamente o que eles me falam ou registro parcialmente o que foi determinado. Não é uma questão de língua, mas de registrar uma impressão e não outra e fixar naquile pensamento. Muitas vezes fiquei achando que fui muito criticada e não fui. Outras achei que não havia problemas e eles me indicaram exatamente como resolvê-los. Ao ouvir novamente o audio pude perceber como sair de situações e ver exatamente o que eles estavam me pedindo. Enfim, transparência, clareza e confiança são elementos fundamentais que devem ser a base de uma relação em que a comunicação é aberta. A partir daí pode ser que surja uma relação de amizade duradoura, mas que uma dissertação ou tese tem que sair, a isso sim tem.