domingo, 4 de novembro de 2018

Domingo à noite...

É sempre no domingo à noite que a gente para pensar no que fez no final de semana, no que não conseguiu concluir durante a semana e o que deve ser feito em algumas horas.
O domingo à noite é um momento de ansiedade em que o amanhã chega mais cedo pela preparação que ele demanda.
É nesse momento também que paro para refletir no que fiz até agora. Estamos em novembro e no meu útimo post queria ter publicado mais dois artigos, participado de simpósios e congressos e rescunhado um projeto de pesquisa. Deu? Não.
A rotina de uma escola consome. Não só o tempo, mas as nossas energias. Só agora percebi que meu último post foi em julho.
Por outro lado, tive alguns projetos extras de consultora que não estava esperando. Isso com certeza consumiu todo o meu segundo semestre.
Não deixei de estudar. Continuei a ler sobre autismo e formei um grupo de estudos sobre educação. Rascunhei um projeto, mas não era bem o que eu estava pensando.
É a frustração de não ter progredido que está falando? Também.
Queria ter feito mais e melhor, mas às vezes não dá.
Esse é um momento oportuno para repensar nas prioridades, no tempo e no que eu posso fazer.
Minha cabeça já está descansada e ainda é novembro. Tenho um mês de acordo com o calendário brasileiro e mais 15 dias pelo calendário internacional.
Ainda dá para corrigir meu artigo (sim, aquele ainda não foi!) e submeter outro.
Enquanto esse ano ainda não acaba, dá tempo de pensar no que dá tempo de fazer.

segunda-feira, 30 de julho de 2018

A vida acadêmica tira férias? Depende...

Eu vivo dizendo para o meu marido que eu vou tirar férias da vida acadêmica. E ele ri todas as vezes quando eu falo isso.
Durante a especialização em Mídias Digitais eu fiz a Licenciatura em Letras. Quando acabei a especialização, terminei Letras e comecei a Pedagogia...
Logo depois continuei como aluna especial na FFLCH/USP e logo meu projeto para o mestrado foi aprovado. No entanto entre uma coisa e outra foram três anos (olha só que tempão!).
Mas como no mestrado eu estava com "sangue nos olhos" e de saco cheio da vida, apliquei para uma bolsa  de doutorado e... passei. Ainda faltava um ano para o meu prazo final do mestrado. Escrevi minha dissertação em três meses. Tudo bem que eu pedi demissão dos meus 541254951288 empregos, mas foquei e terminei.
Apesar de ter tido meio que seis meses de férias, eu sai do mestrado e fui direto para o doutorado. Não tive tempo de curtir meu mestrado, publicar minha pesquisa e aplicar em sala de aula o que havia pesquisado, usando pesquisa-ação.
Não me arrependo de forma alguma! Mas vejo agora que estou tendo tempo para a minha cabeça descansar.

Faz um ano que cheguei ao Brasil e estou terminando meu período de férias do trabalho. O que tenho feito? Ocupado meu tempo com uma rotina fechada de coisas que sou muito boa em fazer e estou gostando disso. O trabalho não é só intelectual, mas físico também. Ser professora de Fundamental I exige preparo para acompanhar o ritmo de aprendizagem das crianças, que é bem ativo.
Ao mesmo tempo que estou fazendo isso, tenho lido coisas interessantes que afetam a minha prática diretamente: as temáticas envolvem autismo e ensino personalizado, com pesquisas recentes no Brasil e no mundo. Isso está me mostrando o quando a pesquisa na área da educação está estagnada e burocratizada. É possível sentir o cheiro de repartição pública nos artigos que estou lendo...

Por um lado não estou fazendo (quase) nada novo em relação à minha pesquisa. Estou com três artigos em  peer-reviewed journals no exterior e aguardando o vai e vem interminável deles. Por outro, estou dando um tempo para a minha cabeça se interessar por algo diferente e útil. Talvez eu parta para essa área de ensino personalizado e dificuldades de aprendizagem e deficiência. Talvez não. O que tem sido bem bom é esse tempo de ócio intelectual que me ajudou a retomar o gosto pela leitura. Achei que nunca mais recuperaria isso, depois de ler tantos artigos e livros. Agora estou bem.

Com certeza muitas ideias para o post-doc estão surgindo e a cada duas semanas eu olho as possibilidades. Apliquei? Não. O meu medo é ser chamada já, o que realmente pode acontecer. 

Minhas férias da academia estão ótimas e tenho certeza que no segundo semestre terei várias ideias interessantes. Outros projetos já estão surgindo e vou começar a tomar nota deles. 
Quem sabe agosto eu comece a rascunhar alguma coisa e coloque em prática em setembro/outubro?

segunda-feira, 7 de maio de 2018

Correção de artigo - ainda

Ainda? Ainda!
Um dos artigos que submeti no ano passado ainda está no vai e volta.
Eu, na minha ingenuidade, achei que o artigo estaria ok, uma vez que atendi a todas as solicitações dos pareceristas. However... Quando submeti pela segunda vez as correções, ele foi submetido a outros dois pareceristas, que fizeram comentários totalmente diferentes. É possível perceber que um dos pareceristas novos defende totalmente o uso de estatística em pesquisa, coisa que eu não fiz, além de questionar o não uso de uma estrutura 'tradicional', coisa que eu também não fiz.
Mas que coisa chata! E o pior é que a gente depende dessas pessoas para publicar o nosso trabalho. E a gente precisa ter publicações para ser reconhecido como pesquisador.
O jeito é respirar fundo, sorrir e fazer o que eles estão pedindo.
Enquanto eu espero o feedback dessa submissão, já vou preparando outra.

segunda-feira, 23 de abril de 2018

Pós-doc? Já?

Uma das coisas que a gente termina o doutorado pensando é o pós-doc. Com ele a gente pensa em fazer tudo o que não deu tempo de fazer, usar o resto dos dados que não foram usados e expandir áreas que não tiveram espaço na tese.
Eu terminei o doutorado com duas ideias básica para o pós-doc, mas vou confessar que estou com bastante preguiça.
Acho que por conta de duas coisas: uma é que eu fiquei bem cansada com o doutorado e outra é que eu quero pensar em outras coisas. Minha cabeça estava precisando de férias e eu vou me dar esse direito.
Tenho a possibilidade de fazer o pós-doc em duas áreas e posso amadurecer a ideia.
Vou pelo menos terminar o semestre sem pensar nisso.
No segundo semestre vou pensar em algumas ideias e alguns projetos do que fazer. Dependendo do que acontecer vou escrever um projeto para desenvolver no próximo ano. Também dependendo como as coisas desenrolarem vou aplicar para uma bolsa.
Enquanto isso, vou curtir meus alunos, a rotina de sala de aula, correção de exercício e provas.
Mas não é por isso que as ideias não estão sendo anotadas. Tenho uma pasta no OneNote em que anoto todas as ideias que eu tenho do nada. Depois vou retomá-las e ver o que acontece.



domingo, 11 de março de 2018

Preparem seus bolsos! A revalidação está ai...

A parte final do processo de conclusão do curso de doutorado pleno no exterior é a revalidação do diploma. Até onde eu sei, são poucos os cursos estrangeiros que são reconhecidos e aceitos pelo MEC, então é necessário passar por isso.
A primeira coisa que tem que ser feita é o apostilamento do diploma. Esse processo também não é feito em todos os países, mas no Reino Unido sim. Assim que meu diploma foi expedido pela universidade, eu tive que entregá-lo a um advogado credenciado para legalizar esse documento. É como se fosse um processo de autenticação aqui do Brasil. Eles colocam uma fitinha colorida no diploma e no histórico, colocam um selo e uma declaração de validade.
Com esse documento legalizado lá, o processo começa aqui. Você precisa escolher uma universidade pública que tenha o programa de doutorado na área do seu e participar do processo. Cada universidade exige uma quantidade de documentos específicos e possui prazos para dar a entrada no processo.
Porém, o principal são os valores que podem variar de R$500,00 à R$ 2200,00, não havendo garantia de sua tese ou dissertação ser aprovada.
Esse processo pode levar de três meses à um ano, então não tenha pressa.
Guarde dinheiro, esteja preparado e tenha tempo.

Segue abaixo alguns links de diferentes universidades:

http://www.usp.br/secretaria/?p=36

https://www.dac.unicamp.br/portal/servicos/servicos-oferecidos/reconhecimento-de-diploma-pos-graduacao

https://ufmg.br/comunicacao/noticias/ufmg-recebe-diploma-de-instituicoes-estrangeiras-para-revalidacao

http://rrde.unb.br/index.php?option=com_content&view=article&id=5&Itemid=679

http://www.ufrgs.br/propg/sobre-a-propg/dpg/servicos/reconhecimento-de-diplomas

domingo, 18 de fevereiro de 2018

Usando as mídias sociais em prol da vida acadêmica

O brasileiro parece ter obsessão com mídias sociais. É uma coisa de: ficar vendo e postando memes no Facebook; ter conversas inúteis, correntes, piadas e "bom dias" em "gupos da família" no Whatsapp; fazer comentários irrelevantes no Twitter; publicar fotos de eventos e momentos "felizes" no Instagram; e agora a obsessão é ganhar "foguinhos" no Snapchat e receber perguntas no Sarahah.

Poucos percebem que podem utiliza as mídias sociais em prol da vida acadêmica. O objetivo não é usá-las como uma ferramenta de marketing chata para mostrar o que você está fazendo, a palestra que você está participando, os free-bees que você ganhou ou qualquer coisa assim. Ninguém se importa com isso.

Porém, essas mídias são ferramentas poderosíssimas em dois pontos: o primeiro é fazer networking e a segunda é manter-se atualizado quanto ao que está acontecendo na sua área em pesquisa e em mercado.

Sobre networking: pare de seguir somente seus amigos e sua família. Você pode fazer isso, é claro, mesmo porque vai dar problema se você sair do grupo da família, mas passe a seguir as pessoas que são importantes na sua área. Veja quem são seus colegas de departamento, pessoas de outros departamentos de outras universidades e identifique o que eles estão fazendo. Chame as pessoas para um café e porque não uma cerveja? Demonstre interesse no que elas estão fazendo e pense em possíveis parcerias. Participe de grupos de discussão e pesquisa em que as pessoas estejam a fim de discutir e postar coisas relevantes na sua área.

Sobre manter-se atualizado: identifique quem são os "influencers", aqueles que estão sempre comentando e publicando coisas na sua área e mantenha uma rotina de leitura sobre o que eles estão postando. Identifique também possíveis canais de divulgação de departamentos e universidades sobre pesquisa. E que tal você abrir o seu canal de divulgação sobre a sua área? Já considerou se tornar o ícone na sua área? Why not?

Ferramentas e suas potencialidades:

Networking: Linkedin, Facebook, Twitter. E faça com urgência uma conta no Researchgate e no Academia!

Manter-se atualizado: Linkedin, Twitter, Reddit, Flipboard, Researchgate e Academia.

Não conhece alguma dessas mídias? Opa, isso é um sinal de que você já está desatualizado! Então corra!

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

A primeira negativa de uma revista a gente nunca esquece

Como havia dito, um de meus objetivos era desmembrar o meu doutorado em diferentes artigos para publicação.
Fiz o que falei, separei quatro temáticas em quatro estudos de caso. Pesquisei diferentes revistas com um fator de impacto bom e submeti dois estudos.
O primeiro é sobre Mobile Learning e o segundo sobre Cyberbullying. Essa semana recebi a devolutiva dos dois.

Revista no. 01 - Mobile Learning.

Submeti o artigo sobre mobile learning no segundo semestre do ano passado. Recebi a primeira devolutiva bem positiva, mas solicitando major revisions. Não fiquei muito feliz, mas ao ler os comentários dos revisores, concordei com os apontamentos. Com certeza meu artigo ficaria muito melhor complementado com os comentários dos revisores. Submeti em dezembro essas correções e essa semana tive o parecer.
Novamente eles solicitavam que eu fizesse novas major revisions. O editor, que havia mandado para dois pareceristas, enviou meu artigo para os dois pareceristas antigos e para mais dois novos, que solicitaram novas correções.
Vou falar que é bem cansativo, mas vou dar um passo para traz e novamente vou cumprir com as orientações dos mesmos.

Revista no. 02 - Cyberbullying.

Confesso que fui bem petulante ao submeter esse artigo. Enviei para uma das revistas de maior peso em educação e eles negaram meu artigo. O editor não foi tão cordial quanto da primeira revista, mesmo porque ele estava negando meu artigo, mas achei interessante que ele justificou o porquê da negativa, mostrando os pontos falhos do artigo.
Imprimi os comentários e, após corrigir o artigo no. 01, vou trabalhar nessas correções.
Infelizmente não posso mais submeter esse artigo lá, mas posso fazê-lo em outra revista.

Ambos os casos me serviram de lição. A primeira é quanto à humildade. O parecer dos revisores não tem como objetivo criticar cegamente a minha pesquisa. Muito pelo contrário, o objetivo é mostrar como posso melhorar. Recentemente li um texto sobre publicações e o autor mencionou uma coisa que me fez pensar: talvez a minha pesquisa nem seja tão boa assim e não seja tão interessante assim. Talvez o problema esteja na escrita. Talvez não.
A segunda lição é quanto à persistência. Não será por conta dessa negativa que irei desistir de publicar e pesquisar. Essa é só a primeira de muitas que irei receber. Meus orientadores devem ter recebido muitas negativas antes de publicar seus trabalhos. Isso faz parte do processo e é só passando por esses estágios que melhoramos como pesquisadores.

Vou me dar duas semanas de folga, daí penso no primeiro artigo. A minha deadline é abril, então tenho bastante tempo. Março será o mês do artigo no. 01 e abril do artigo no. 02. Maio pensarei no próximo artigo para publicações. Em diferentes revistas, é claro.

domingo, 28 de janeiro de 2018

Resoluções Acadêmicas de Ano Novo

Começar o ano sem fazer a listinha dos objetivos do ano não é começar o ano de fato.
Então para começar o ano de 2018, lá vai a minha lista. Ela só possui cinco itens porque se colocamos muita coisa, já sabemos que não vamos fazer.

1. Fazer uma  programação anual de leitura de artigos.
Estava fazendo uma conta que, se ler um artigo por semana, terei lido por volta de 50 artigos até o final do ano.
Estou pensando em fazer uma listagem temática, ou por mês, ou por trimestre. Acho que por trimestre será mais interessante, pois terei lido 48 artigos com uma média de quatro semanas no mês. Vou começar o ano com a temática do Autismo. Depois defino o que vou ler para o próximo trimestre.
Poderia definir as temáticas agora, mas não vou fazer isso porque não quero ficar presa a esse compromisso. Talvez apareçam demandas que me façam alterar um plano pré-estabelecido. Então só vou assumir o compromisso de ler e depois defino o que.

2. Publicar o resto da minha tese.
Estou com um artigo no segundo round de análise e submeti o segundo essa semana. Ainda tenho mais dois a serem publicados. Vou esperar minha rotina se estabilizar e em março já vejo o próximo texto. Já levantei quais revistas vou publicar e só preciso fazer umas adaptações.
Com todos esses artigos, serão quatro no total de publicações referentes à minha tese.

3. Abrir um arquivo chamado 'ideias' e escrever tudo o que eu tiver de ideias lá.
Acho que essa é uma das coisas mais importantes a serem feitas. Estou com várias ideias diferentes e possibilidades a fazer em um pós-doc. Hoje tenho consciência que não tenho tempo para um pós-doc agora. E nem quero. Estou muito cansada para fazer alguma coisa assim. Preciso me afastar da pesquisa, pelo menos um ano para ganhar fôlego. Porém, não posso perder as ideias.

4. Atualizar a minha lista de leitura de artigos brasileiros.
Eu tinha um aplicativo em que eu gerenciava todas as publicações brasileiras que saiam e me interessavam. A partir desse gerenciamento eu conseguia acompanhar como a pesquisa brasileira estava caminhando.
Vou retomar isso, atualizando a lista. A partir daí também consigo resolver o primeiro item das resoluções.

5. Fazer um plano de publicação no blog teórico e seguir esse plano!
Deixei o meu blog de teoria um pouco de lado. Estava estafada com o final do doutorado e o stress de voltar para casa. Agora que as coisas estabilizaram, posso retomar a prática de reflexão teórica. Também precisava me afastar um pouco da teoria, porque se não iria ficar apenas repetindo o que escrevi na tese. Assim consigo recobrar o meu olhar crítico.

6. Trabalhar.
A melhor forma de levantar problemáticas de pesquisa é trabalhando. É a partir da minha prática que percebo problemas da rotina que posso propor soluções. A minha pesquisa gira em torno disso e será a minha prática que irá inspirar o meu pós-doc.

Acho que é isso. Pretendo fazer todos eles porque essa lista se mostra bem possível. Vamos ver.

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Escolhendo revistas para publicações

Como todo pesquisador sabe, o ditado também vale para nós:

"Diga-me a revista que publicas, que direi quem tu és."

A qualidade de nosso trabalho é medido de duas formas:

- No Brasil pelo índice Qualis CAPES
- No exterior pelo Impact Factor ou fator de impacto

Para você saber qual é o Qualis CAPES de uma revista, é só acessar a plataforma sucupira e digitar a área, ISSN ou título do periódico, que você saberá qual é o índice. O primeiro fator é A1, o mais alto e o mais baixo é C.

https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/veiculoPublicacaoQualis/listaConsultaGeralPeriodicos.jsf

Problema: nem sempre você encontra revistas internacionais cadastradas na plataforma. Eu mesma já verifiquei que há revistas de fator de impacto alto que não estão cadastradas lá.

Dica: pesquisadores não dão atenção para estudos publicados em revistas com Qualis CAPES inferior à B1. Então, não passe disso.

Se você quiser saber o fator de impacto de uma revista, acesse:

http://www.scijournal.org/

Aqui você encontra todos os tipos de revistas de várias partes do mundo. Você indica qual é a área que quer publicar e ele traz uma lista de revistas. Inclusive você pode baixar sua busca como planilha. Bem útil.