sábado, 24 de abril de 2021

Atualizações

Meu Deus! Não percebi que eu não escrevia aqui por quase um ano.

Parece que não me dedico à pesquisa por todo esse tempo? Parece, mas só não consegui registrar. Com esse negócio de pandemia, foi muito tempo na frente do computador e todo o tempo que consegui ficar longe dele, eu fiquei.

No entanto, há muitas coisas boas.

Depois de maio, fiz uma especialização em Blockchain e isso deu origem ao meu projeto de pesquisa do pós-doc.

Entrei em contato com o orientador que eu havia proposto anteriormente e submeti outro projeto. Havia uma bolsa disponível e adivinha? Passei no processo de seleção e ainda recebi a bolsa!

Hoje sou research fellow na Unicamp.

Mas e os projetos do ano passado?

Os capítulos da tese saíram para publicação? Não.

Os projetos do livro saíram do papel? Não.

Por outro lado, muita coisa aconteceu: cursos, palestras, congressos online que vou falar aos poucos.

Os projetos estão acontecendo, cada um ao seu tempo. 

Então, sim: estamos de volta à pesquisa.

domingo, 24 de maio de 2020

Pesquisa e Pandemia

Sim, eu também fui uma das trouxas que achou que iria sim fazer muitas coisas durante a pandemia.
A minha lista utópica foi:
- publicar todos os capítulos não publicados da minha tese;
- organizar um livro para escrever (projeto 1 do ano passado);
- escrever esse livro;
- organizar outro livro para escrever (outro projeto que eu inventei esse ano);
- escrever esse outro livro.
E daí? O que consegui fazer? Dessa lista? Nada!
Hoje, consegui sentar para escrever no blog. 
O que estou conseguindo fazer nesse momento é manter a casa em ordem, só.
O incrível é que eu tinha a impressão é que fora de casa eu tinha muito mais coisas a serem feitas e eu dava conta de tudo. Dentro de casa eu tenho menos coisas para fazer e não estou conseguindo. 
As demandas mudaram? Não consigo perceber se elas aumentaram. O que percebo é que dependo muito mais do computador e isso é desgastante mental e visualmente, pois a essa hora minha visão já foi para o saco. Minha vista lacrimeja e eu sei que já já vou ganhar novamente um par de óculos.
É frustrante ter ideias e não conseguir executá-las, principalmente se você sabe que são boas.
Minha mente também fica estafada e meu corpo dói por não ter feito exercício físico. Essa falta de equilíbrio é também bem complicada. Acho que estou começando a ficar bem entediada e talvez isso faça bem para a minha vontade de trabalhar e pesquisar.
Bom, seguimos na pesquisa com certeza.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

Parar de pesquisar? Jamais!

Uma vez pesquisadora, sempre pesquisadora.
A curiosidade em fundamentar aquilo que se está investigando e ver o que outras pessoas descobriram não nos deixa seguir em frente sem consultar as "referências".
Fiquei afastada da pesquisa no ano anterior, mas não totalmente.
Já ouvi que, às vezes, é necessário se afastar, deixar o "problema dormir" para depois conseguir perceber uma possível solução.
Mestrado e doutorado seguidos me esgotaram. Passei 2018 e 2019 sem de fato estar afiliada a qualquer universidade, sem quase ler artigos científicos, sem quase escrever. Refleti bastante. Li sobre dificuldades de aprendizagem, estudei a Base Nacional Comum Curricular e trabalhei.
Trabalhei muito. Preparei aulas excelentes, me apaixonei pela sala de aula novamente, encontrei o meu propósito, me reencontrei como profissional competente e fui feliz. Muito feliz.
Desenvolvi projetos novos, compreendi o que eu faço e porquê eu faço e com isso deixei minha cabeça de pesquisadora, que precisa ter gás para escrever, descansar. Foi muito bom.
Hoje estou bem curiosa, intrigada e sinto que está chegando a hora de começar a sistematizar o que eu estou fazendo. Ainda não decidi como, mas sinto que se sentar e começar a fazer, isso vai sair fácil, como se fosse naturalmente.
Percebo que preciso voltar a escrever mais sobre os processos e durante os processos.
2020 será um ano de muitas produções e realizações.
Preciso traçar um plano? Um não, vários. Mas isso fica para a próxima semana.
Enquanto isso, estamos de férias.

Ano Novo, Pesquisa Nova?

Talvez.
Estou com o projeto de escrever um livro sobre os estudos de caso que desenvolvi nos últimos dois anos. Nele, falaria sobre ensino personalizado, crianças com dificuldade de aprendizagem e currículo adaptado.
O pós-doc me auxiliaria nisso, pois ele serviria para direcionar a introdução e a revisão de literatura, academicamente legitimando a minha pesquisa. Além disso, eu teria alguém para me guiar e rever a minha pesquisa.
O fato de estar afiliada a uma universidade abre algumas portas e te permite contato com pessoas, oportunidades e instituições, coisa que escrevendo sozinha não seria possível.
Também tem a minha tese...
Na verdade eu estou com uma baita preguiça de retomar toda a minha tese e adaptá-la para a realidade brasileira.
Como é começo de ano e meus horários ainda não foram definidos, vou esperar começar o ano de fato, ver os desafios e daí traçar as metas para o primeiro e o segundo semestres.
Querer eu quero fazer tudo. Vamos ver o que vai dar e o que não vai.

Resultado do Pós-doc

Nem percebi que não postei sobre a aplicação e o resultado do processo seletivo.
Então...
Depois de escrever o meu projeto e pedir para uma pessoa revisar, enviei para o professor para que ele pudesse dar uma olhada e ver se estava clara a minha proposta e se o plano de trabalho estava bom. Ele só elogiou e disse que eu não precisava mudar nada. Que bom! Fiquei super entusiasmada, pois no fundo eu sabia que poderia ter apresentado um projeto com uma escrita menos pragmática e mais voltada para a "academia brasileira", mas se o professor disse que estava bom, eu acreditei.
Quando saiu o resultado, eu fiquei em choque: não pelo fato de não ter passado, mas pelo fato de entre os cinco que estavam concorrendo, minha pontuação foi a pior e muito discrepante do resto - a maioria tirou entre 8,5 - 9 e eu fiquei com 7.
O problema não foi ter ficado com o 7, mas os elogios que o professor me deu não foram elogios 7, mas pelo menos entre 8 e 9. Questionei o professor se ele poderia me dar algum tipo de feedback, já que eu não estava entendendo a divergência entre o feedback dele e da banca. Ele me justificou que, segundo a banca, meu projeto "não estava claro" e eu "propunha coisas irreais".
Dei um passo para trás, e fui reparar quem era a banca. Daí eu entendi. A banca era composta por professores da pós-graduação que estão aposentados ou em vias de se aposentar e são considerados os dinossauros da universidade. Com certeza meu projeto era confuso porque eles não entendem sobre o que eu estava falando. Eles não entendem de "assemblage" ou Deleuze e Guattari. Eles fazem parte daquela galera que só olha o "locus da enunciação" e estão interessados em perpetuar suas áreas da Língua Portuguesa e da Linguística tradicional.
Sobre as "coisas irreais", eu propunha workshops em que teria como convidados membros do Ministério da Educação da Tanzânia, das Maldivas e professores universitários do Reino Unido e do Vietnã. Provavelmente, os dinossauros não viram o meu currículo internacional. Os meus convidados participariam via skype e todos eles foram meus colegas no Departamento de Educação e Justiça Social da Universidade de Birmingham. Parece irreal conhecer pessoas de outros países e elas estarem dispostas a participarem? Por que soa irreal que eu conheço essas pessoas?
É por conta desse pensamento pequeno que a pesquisa brasileira não vai para a frente, sobretudo em áreas como a Educação.
Agora estou revendo e pensando duas vezes se realmente vou levar para frente esse projeto...
Quem sabe agora em 2020 eu reveja.

segunda-feira, 27 de maio de 2019

Projeto de Pesquisa Pós-doutoral

Após um ano e meio (quase), acho que já estou com algumas ideias claras do que quero fazer no pós-doc. Uma das coisas é que, apesar de gostar bastante de discutir e refletir sobre diferentes teorias, acho muito mais útil falar para outros professores, sobre sua prática, como otimizar seu tempo, como tornar sua aula mais interessante, como verificar o aprendizado do aluno, entre outros assuntos. Não quero desenvolver uma pesquisa inútil que não sirva para ajudar no processo de ensino e aprendizagem, mas sim propor soluções possíveis de serem feitas e que façam sentido.
Com isso em mente, já tenho desenvolvido alguns pilotos com algumas ideias que acho interessante. Isso me leva à algumas questões metodológicas e teóricas, mas que tomei um banho de água fria depois que conversei com um professor. Quando questionei o que ele esperava do meu projeto de pesquisa, ele disse que não queria um projeto de pesquisa. Ele disse que queria um plano de trabalho, em que dentro dele meu projeto de pesquisa apareceria. Uma das críticas que ele fez foi que a maioria dos candidatos que apareciam para fazer o pós-doc no departamento dele vinham apenas para desenvolver pesquisa e iam embora. Não havia interação entre as pessoas, não havia colaboração entre os integrantes do grupo de pesquisa e nem no departamento e a promoção de eventos era nula. O que ele esperava era o (meu) envolvimento com o departamento, a convivência com os pares, a promoção de eventos, a proposta de uma disciplina na graduação e o auxílio de alunos da iniciação científica.
Isso quer dizer que, apesar de se desenvolver pesquisa em um pós-doc, o que é mais importante são as outras atividades. O que define a relevância é o quanto o plano de trabalho está relacionado com o departamento e o quanto você irá contribuir para o desenvolvimento acadêmico dele.
Achei interessante a ideia, o que torna muito mais simples para mim, pois um plano de trabalho, com ementa de disciplina e evento é o que eu tenho experiência em fazer.
Então vamos lá escrever...

domingo, 19 de maio de 2019

Saiu!!!!! Quando um artigo é aceito

Nem estou acreditando!
Aquele artigo que estou corrigindo e corrigindo e corrigindo finalmente saiu!
Como uma ótima notícia para começar a semana.
Minha orientadora do doutorado sempre me disse que a publicação de um artigo não envolve somente as habilidades de escrita acadêmica e coesão da pesquisa. Sempre envolve timing adequado, perfil da revista, sorte de ter revisores que contribuem com comentários pertinentes, tempo e paciência máxima para escrever e reescrever e engolir o orgulho do seu filho que nem é tão bonito assim.
Nem me lembro, mas acho que submeti esse artigo no fim de 2017 e ele ficou no vai e vem umas três ou quatro vezes e eu já estava começando a achar estranho que ninguém estava dando o parecer definitivo: se aceito (finalmente), se recusado, se arquivado...
Mas ufa! A satisfação que é ver que a sua pesquisa está sendo reconhecida pelos pares e está sendo divulgada é o que importa, pois isso reflete que ela tem significância para a academia.
Acho que a aceitação de um artigo publicado causa maior satisfação do que passar no Viva. No Viva você sabe que seu orientador não te mandaria para a fogueira se você não fosse sair vivo. Agora, um artigo científico, principalmente em Humanas é um trabalho bem solitário, pois você normalmente publica sua pesquisa sozinho, não com o grupo de pesquisa. A insegurança e a dúvida é um fantasma que fica na cabeça te questionando se o que você gasta seu tempo e acha que é importante é realmente o que você pensa.
Mas é. Vale a pena e a espera.
Agora é só curtir.