segunda-feira, 30 de julho de 2018

A vida acadêmica tira férias? Depende...

Eu vivo dizendo para o meu marido que eu vou tirar férias da vida acadêmica. E ele ri todas as vezes quando eu falo isso.
Durante a especialização em Mídias Digitais eu fiz a Licenciatura em Letras. Quando acabei a especialização, terminei Letras e comecei a Pedagogia...
Logo depois continuei como aluna especial na FFLCH/USP e logo meu projeto para o mestrado foi aprovado. No entanto entre uma coisa e outra foram três anos (olha só que tempão!).
Mas como no mestrado eu estava com "sangue nos olhos" e de saco cheio da vida, apliquei para uma bolsa  de doutorado e... passei. Ainda faltava um ano para o meu prazo final do mestrado. Escrevi minha dissertação em três meses. Tudo bem que eu pedi demissão dos meus 541254951288 empregos, mas foquei e terminei.
Apesar de ter tido meio que seis meses de férias, eu sai do mestrado e fui direto para o doutorado. Não tive tempo de curtir meu mestrado, publicar minha pesquisa e aplicar em sala de aula o que havia pesquisado, usando pesquisa-ação.
Não me arrependo de forma alguma! Mas vejo agora que estou tendo tempo para a minha cabeça descansar.

Faz um ano que cheguei ao Brasil e estou terminando meu período de férias do trabalho. O que tenho feito? Ocupado meu tempo com uma rotina fechada de coisas que sou muito boa em fazer e estou gostando disso. O trabalho não é só intelectual, mas físico também. Ser professora de Fundamental I exige preparo para acompanhar o ritmo de aprendizagem das crianças, que é bem ativo.
Ao mesmo tempo que estou fazendo isso, tenho lido coisas interessantes que afetam a minha prática diretamente: as temáticas envolvem autismo e ensino personalizado, com pesquisas recentes no Brasil e no mundo. Isso está me mostrando o quando a pesquisa na área da educação está estagnada e burocratizada. É possível sentir o cheiro de repartição pública nos artigos que estou lendo...

Por um lado não estou fazendo (quase) nada novo em relação à minha pesquisa. Estou com três artigos em  peer-reviewed journals no exterior e aguardando o vai e vem interminável deles. Por outro, estou dando um tempo para a minha cabeça se interessar por algo diferente e útil. Talvez eu parta para essa área de ensino personalizado e dificuldades de aprendizagem e deficiência. Talvez não. O que tem sido bem bom é esse tempo de ócio intelectual que me ajudou a retomar o gosto pela leitura. Achei que nunca mais recuperaria isso, depois de ler tantos artigos e livros. Agora estou bem.

Com certeza muitas ideias para o post-doc estão surgindo e a cada duas semanas eu olho as possibilidades. Apliquei? Não. O meu medo é ser chamada já, o que realmente pode acontecer. 

Minhas férias da academia estão ótimas e tenho certeza que no segundo semestre terei várias ideias interessantes. Outros projetos já estão surgindo e vou começar a tomar nota deles. 
Quem sabe agosto eu comece a rascunhar alguma coisa e coloque em prática em setembro/outubro?